Desde sua publicação em 1878, Daisy Miller é considerada uma obra central no desenvolvimento do chamado "tema internacional" de Henry James — o contraste entre a liberdade do Novo Mundo e a tradição do Velho Mundo. A narrativa revela uma profundidade psicológica e uma ambiguidade moral que convidam à reflexão sobre se Daisy é vítima das normas sociais ou de sua própria ingenuidade.
A relevância duradoura de Daisy Miller reside em seu retrato atemporal da tensão entre o indivíduo e as exigências sociais. Com uma narrativa delicada e um desfecho comovente, a obra continua a provocar reflexões sobre como cultura, classe e gênero moldam o comportamento humano e os julgamentos alheios.
Henry James foi um escritor norte-americano naturalizado britânico, amplamente reconhecido como uma das principais figuras do realismo literário do século XIX. Nascido em Nova York, passou grande parte de sua vida na Europa e é conhecido por sua aguda percepção psicológica, prosa refinada e pela exploração da consciência e da percepção. Suas obras abordam frequentemente os encontros entre americanos e europeus, revelando os contrastes e tensões culturais entre o Velho e o Novo Mundo. Sua contribuição para o romance como forma literária permanece profundamente influente.
A carreira literária de James se estendeu por mais de cinco décadas e incluiu romances, contos, ensaios e críticas. Suas obras iniciais, como Daisy Miller (1878) e Retrato de uma Senhora (1881), introduzem um de seus temas mais recorrentes: o confronto entre a inocência americana e a sofisticação europeia. Esses relatos frequentemente apresentam protagonistas americanos em sociedades estrangeiras, revelando ambiguidades morais e complexidades psicológicas.
Henry James foi um pioneiro na exploração da vida interior dos personagens, ajudando a moldar o romance psicológico moderno. Seu foco na consciência, na sutileza da percepção e na complexidade moral influenciou autores como Virginia Woolf, James Joyce e Edith Wharton. Embora seu estilo tenha sido por vezes criticado por sua densidade, sua precisão estilística e inovação narrativa garantiram-lhe um lugar central na literatura.
James também desempenhou um papel fundamental na tradição literária transatlântica, unindo sensibilidades americanas e europeias. Suas representações nuançadas da sociedade, da identidade e dos limites do conhecimento anteciparam muitas das preocupações do modernismo literário. O termo "jamesiano" passou a descrever obras com profundidade psicológica e elegância formal.