Já não é de hoje que se pode observar como os ambientes das casas estão cada vez mais integrados. Cozinhas com copas, salas de estar com de jantar, quartos com closets, escritórios com home theaters... Eu me pergunto se essa tendência na decoração de interiores é decorrente apenas da redução – muitas vezes brusca – das áreas dos imóveis. Acredito mais que seja derivada da necessidade crescente das pessoas estarem umas em contato direto com as outras. Enquanto se cozinha, pode-se observar e conversar com os outros familiares que degustam os petiscos na mesa de refeições. Se o pai trabalha no computador, o filho pode estar ao lado dele assistindo ao seu programa de TV favorito. Integração de espaços e de pessoas. E, nesse contexto, a união de cômodos só tem a acrescentar. Permite um contato maior entre os moradores justamente em tempos em que os diálogos parecem ter se tornado coisa do passado. A redatora Glau Gasparetto arregaçou as mangas nesta edição e saiu em busca desse novo universo que rodeia as casas e os apartamentos, sejam eles lofts ou não. O resultado é fantástico, com projetos que mostram soluções bárbaras para a falta de espaço e para garantir uma integração funcional. Afinal de contas, nem sempre é fácil juntar um quarto, um closet e um escritório em míseros 18 m2 . Mas não ser fácil não significa impossível. E a arquiteta Flávia Marcondes conseguiu, assim como Sabrina Borges Salles e Adriano Carradore Miranda Salles. Eles provam que, em pouco mais de 45 m2 , é perfeitamente possível estruturar os cômodos de maneira unificada e útil ao dia-a-dia do casal.