Assombrada pela imagem de uma mãe perfeita, Beatriz só quer conquistar o amor e aprovação da avó. Importante líder religiosa na cidade onde moram, no interior de São Paulo, Dona Divina criou a neta sem nunca superar o luto da perda de Ângela, sua única filha, que morreu dando à luz.
Apesar de passar boa parte da infância imitando os trejeitos e gostos da mãe, Beatriz entende cedo que não é o que a avó espera — está muito distante da mulher recatada que Ângela fora um dia.
Quando se depara com a manifestação de um fantasma — uma criança que lhe revela um crime hediondo —, Beatriz vê uma chance de entrar no mundo da avó e superar a sombra da mãe, e começa uma jornada sombria de autodescoberta, desvendando segredos sobre as pessoas e os fantasmas ao seu redor.
Tendo como pano de fundo as maravilhas e as bizarrices do Brasil dos anos 1990, Como nascem os fantasmas é uma narrativa imersiva, violenta e arrasadora. Em seu romance de estreia, Verena Cavalcante constrói um universo de personagens assombrados com uma protagonista tão ingênua quanto inconsequente, cujas atitudes mudarão para sempre a vida de todos que a cercam.
VERENA CAVALCANTE é escritora, tradutora e revisora de textos. Nasceu em São Paulo, mas foi criada no interior do estado, entre a mata atlântica e o cerrado, colecionando livros, invertebrados e fantasmas. Considerada uma das expoentes do chamado "gótico tropical", escreveu os livros de contos Larva (Oito e Meio), O berro do bode (Penalux) e Inventário de predadores domésticos (Darkside). Em 2024, foi publicada em castelhano na coletânea Dantescas: Mujeres que descendieron a los infiernos (Fera), organizada por María Fernanda Ampuero, junto a grandes nomes da literatura latino-americana. Como nascem os fantasmas é seu primeiro romance.