Memorial de Aires

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About this ebook

Publicado em 1908, Memorial de Aires é o último romance de Machado de Assis e, ao mesmo tempo, seu testamento literário. Nesta obra, o autor atinge o auge da maturidade estilística e emocional, oferecendo ao leitor uma narrativa de rara sensibilidade e introspecção. O conselheiro Aires, diplomata aposentado e observador atento da vida, registra em seu diário os acontecimentos e reflexões que marcam os últimos anos de sua existência. Mais do que um simples memorial, o livro é um mergulho na alma de um homem que observa o mundo com ironia branda, melancolia elegante e uma sabedoria profundamente humana. Em suas páginas, acompanhamos o amor sereno e contido entre Fidélia, viúva jovem e misteriosa, e Tristão, homem dividido entre o dever e o desejo. O conselheiro, narrador e confidente, observa esse relacionamento com o olhar de quem já compreendeu a fugacidade do tempo e a delicadeza das paixões humanas. A história se desenrola sob a sombra da velhice, mas sem o peso da decadência; pelo contrário, Machado faz da maturidade um espaço de contemplação e sutileza, onde o que não se diz é tão poderoso quanto o que é dito. A linguagem de Memorial de Aires é mais serena, quase meditativa, mas ainda marcada pela ironia machadiana — agora menos cortante, mais filosófica. O tom é o de quem, após explorar as profundezas da alma humana em obras como Dom Casmurro e Quincas Borba, retorna à superfície não para julgar, mas para compreender. É o Machado da introspecção final, da consciência do efêmero e da arte de observar a vida como um espelho delicado do destino humano. Esta edição digital revisada e adaptada preserva toda a beleza e a complexidade do texto original, ao mesmo tempo em que o torna mais acessível ao leitor contemporâneo. É uma oportunidade única de redescobrir um clássico essencial da literatura brasileira com clareza, fluidez e fidelidade estilística, pronta para ser lida em qualquer dispositivo. Mais do que um romance, Memorial de Aires é uma despedida elegante, uma lição sobre o tempo, a memória e o silêncio. Um livro para ser lido lentamente, saboreado como um diálogo entre o passado e o presente — entre a tradição machadiana e o olhar moderno de quem busca compreender o que é viver, amar e envelhecer com dignidade. Adquira agora sua edição digital de Memorial de Aires e mergulhe na última e mais refinada criação de Machado de Assis — um clássico eterno em forma de reflexão sobre a própria condição humana.

About the author

Joaquim Maria Machado de Assis (1839-1908) é unanimemente reconhecido como o maior expoente da Literatura Brasileira e o principal nome do Realismo no país. Nascido no Morro do Livramento, Rio de Janeiro, em condições humildes – filho de um pintor de paredes mulato e uma lavadeira portuguesa –, sua trajetória é um dos mais fascinantes exemplos de superação intelectual. Autodidata e enfrentando a epilepsia e a gagueira, Machado ascendeu socialmente por meio da inteligência e da obstinação. Sua carreira começou no jornalismo e na poesia, atuando como tipógrafo, revisor e colaborador em periódicos. A primeira fase de sua produção, conhecida como Fase Romântica (Ressurreição, 1872), ainda seguia as convenções da época, mas já prenunciava a agudeza que o consagraria. A grande virada ocorre em 1881 com a publicação de Memórias Póstumas de Brás Cubas, marco inaugural do Realismo no Brasil. Nesta fase madura, Machado abandona o sentimentalismo romântico para mergulhar na análise psicológica implacável da sociedade e do indivíduo. Suas obras, escritas com ironia refinada e um pessimismo filosófico, questionam a hipocrisia das elites, a vaidade humana e a fragilidade das relações. Os grandes romances dessa fase, como Quincas Borba (1891), Dom Casmurro (1899), Esaú e Jacó (1904) e Memorial de Aires (1908), são estudos profundos sobre a natureza humana, explorando temas como a ambiguidade, o ciúme, a loucura e o ceticismo. Ele é mestre em utilizar narradores não confiáveis, forçando o leitor a participar ativamente na construção do sentido da obra – o caso mais notório sendo o enigma da traição de Capitu em Dom Casmurro. Machado de Assis foi também um dos fundadores e o primeiro presidente da Academia Brasileira de Letras (ABL), instituição que presidiu até a morte e que lhe rendeu o apelido carinhoso de "Bruxo do Cosme Velho", em referência ao bairro onde viveu a maior parte de sua vida adulta. Sua obra não apenas moldou a literatura brasileira, mas transcendeu fronteiras, sendo hoje estudada em todo o mundo como um exemplo magistral de universalidade literária. Ele é a voz que, com serenidade e acidez, desnudou a alma do Brasil de seu tempo e, por extensão, a alma humana em todas as épocas.

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