Com a aprovação da Lei nº 10.639 e, mais recentemente, da Lei nº 11.645, tornou-se obrigatório o ensino de História e Cultura Afro-Brasileira, bem como de História da África e dos africanos, nos estabelecimentos de ensino públicos e privados do Brasil. Desde então, os educadores iniciaram uma difícil busca por diferentes tipos de materiais referentes ao tema, para servir de base para o preparo das novas aulas. Segundo o texto da Lei, os conteúdos devem incluir, ainda, a luta dos negros no nosso país, a cultura afro-brasileira e sua contribuição na formação da sociedade nacional. Surge, então, o primeiro impasse: ao abrir os livros de História, nós nos perguntamos: será que o autor se esqueceu da África? Por incrível que pareça, é raro encontrar informações sobre o continente – quando isso acontece, enfocam-se somente as pirâmides do Egito, os animais exóticos, a fome e a miséria. Mas como pode a História e a cultura de um continente inteiro serem deixadas de lado? A alteração da legislação veio exatamente para tentar suprir essa carência. Afinal, temos muito da África no Brasil e é extremamente importante que as crianças entendam e valorizem esse povo e seus descendentes. Além do “esquecimento”, outro erro comum é tratar a África como um único território. Cheio de peculiaridades, é um continente repleto de diferenças – às vezes negativas, como a desigualdade social. Afinal, são 53 países e, em cada um deles, há diversos povos, etnias, línguas e crenças. Ou seja, a África é um “prato cheio” para abordar inúmeras questões em sala de aula, despertando nos alunos a curiosidade por diferentes tradições e fazendo-os compreender a importância do continente para a formação das identidades brasileira e mundial. Para ajudá-lo na tarefa, esta edição especial da Projetos Escolares traz atividades divertidas para abordar o assunto com os estudantes, além de uma entrevista exclusiva com dicas de fontes de pesquisa sobre a temática. Aproveite cada página da revista e conduza os alunos a um passeio enriquecedor por terras africanas.